Pirates VR: Jolly Roger – É melhor se preparar bastante para esta caça ao tesouro | Análise

Este não é um simulador de piratas e sim um jogo de exploração e puzzles com temática de piratas, por este motivo a jogatina traz um aspecto completamente arcade

Jeferson Vasconcelos08/01/2025Última Atualização 08/01/2025

Analisado no PC VR com o Quest 3S

Pirates VR: Jolly Roger é um jogo de ação e aventura desenvolvido pela Split Light Studio e distribuído pela VRKiwi. O título é exclusivo para VR e sua versão de PCVR está com data de lançamento prevista para 14/01/2025, uma versão de PSVR2 foi confirmada e deve chegar mais tarde.

Inspirado na temática de piratas e tesouros, Pirates VR: Jolly Roger traz uma aventura interessante que sofre em parte por conta de seus controles e sistemas, um formato bastante arcade que não impressiona e tem seus problemas, mas deve divertir os jogadores que gostam da temática.

Ambientado em uma ilha no Caribe, Pirates VR: Jolly Roger nos apresenta a um típico clichê pirata, misturando o ambiente paradisíaco da ilha com cavernas escuras, quebra cabeças e vários segredos. Acompanhados por um papagaio tagarela que também é nosso guia, nós iremos embarcar em uma aventura à procura do tesouro do lendário pirata Davy Jones, mas não espere nada épico, pois o foco aqui está mais nos visuais e na jogatina do que na história em si.

Este não é um simulador de piratas e sim um jogo de exploração e puzzles com temática de piratas, por este motivo a jogatina traz um aspecto completamente arcade e remete bastante aos jogos mais antigos deste gênero. Em busca deste tesouro nós seremos forçados a transpor diferentes terrenos e obstáculos, sendo que para isso a jogatina mistura elementos de escalada, mergulho e combate, mas não espere nada bem polido.

Na escalada nós temos de conviver com um sistema que se utiliza de pontos fixos no ambiente e uma questionável inconsistência no reconhecimento da interação das mãos com os pontos para agarramento, assim é preciso que o jogador tenha certeza de que a mão agarrou cada ponto ou você vai cair. Para piorar essa experiência também não temos pulo e a ação de “pular” é feita de forma automática ao correr em direção aos penhascos, algo que é desnecessariamente frustrante quando combinado com as inconsistências do registro de ações.

Se as coisas não são divertidas na escalada, o mergulho é ainda pior e tudo é feito de forma automática utilizando os analógicos. Aqui nós literalmente não nadamos com as mãos e o personagem se locomove de acordo com a direção dos analógicos, algo que é lento, confuso e inconsistente na maior parte do tempo quando estamos submersos. O sistema de interações com o ambiente no geral também não é dos melhores e a imersão é bastante impactada por este, por exemplo, se uma simples ação de abrir um pequeno baú requerer as duas mãos, o jogador só irá conseguir abrir este utilizando as duas mãos, mesmo quando em teoria isso não seja necessário e novamente o sistema de reconhecimento não está polido o suficiente.

Não existe gravity grab ou outras opções de acessibilidade, na ausência dessas nós encontramos uma caixa de interação que tenta ser generosa, mas também acaba se mostrando inconsciente durante nossos testes. No restante das opções temos as típicas configurações de jogos VR com modos para câmera, ângulo de mãos e calibração de altura, não temos nada em especial aqui e a opção de smooth turn se mostrou demasiadamente lenta mesmo na velocidade máxima.

Pelas inconsistências relacionadas com os controles e a jogatina, a primeira impressão é ruim, mas se conseguir superar ou não ligar para esses empecilhos, você irá encontrar uma experiência visualmente agradável com uma ambientação para impressionar qualquer fã da temática e um combate simples que está ali para quebrar o ritmo de jogo em conjunto com sistemas de lamparina para luz e inventário para te dar a impressão de ser um explorador.

A melhor parte desta experiência com certeza são os gráficos e visualmente o jogo está bem feito, contudo para se ter a melhor fidelidade será preciso configurar algumas opções. Por razões de performance e dos diferentes hardwares, o jogo não é iniciado com a melhor qualidade gráfica selecionada e é preciso configurar as opções, escolhendo os níveis mais altos para textura, efeitos e também para a resolução. Os gráficos maximizados impressionam e encontramos diversos efeitos de iluminação e sombra com ambientes escuros que causam uma imersão legal durante as sessões de masmorra e mergulho, os modelos no geral também estão bem feitos, mas em contrapartida, as animações não acompanham esses detalhes e são básicas não impressionando.

Infelizmente essa boa qualidade gráfica chega acompanhada de alguns problemas relacionados à performance a distância de renderização. No geral a performance é OK, mas para jogar com quadros altos e constantes será necessária uma máquina potente, sendo que mesmo assim é comum encontrar algumas quedas acentuadas durante a jogatina. Essa grande qualidade gráfica infelizmente também é acompanhada de uma baixa distância de renderização e mesmo com tudo ligado é comum ter de conviver com os odiados “pop in” em áreas maiores, onde temos elementos do cenário sendo carregados e aparecendo em nossa frente durante a exploração.

No final, Pirates VR: Jolly Roger traz uma experiência mista, com um conceito, puzzles e gráficos legais combinados com sistemas de jogo inconsistentes e não polidos que acabam afetando toda a jogatina e diversão. Ainda não temos um preço definido e por conta das inconsistências encontradas, eu prefiro recomendar este atualmente para quem se interessar, do contrário é melhor esperar por alguma atualização ou uma futura promoção.