Dynasty Warriors: Origins – De certa forma voltando às origens com algumas melhorias | Análise

O título foi desenvolvido tendo como base os hardwares dos consoles atuais e por este motivo temos várias melhorias visuais e de performance.

Analisado no PC


Dynasty Warriors: Origins é o novo musou/hack-and-slash da série Warriors da Koei. O título foi desenvolvido pela Omega Force e será distribuído pela Koei Tecmo com versões para PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S e lançamento esperado para 16/01/2025.

Para quem não conhece ou nunca jogou, a série Dynasty Warriors é baseada no famoso Romance dos Três Reinos, um romance histórico chinês escrito por Luo Guanzhong que retrata os acontecimentos da era dos Três Reinos da China entre 169-280 AD. A franquia é famosa por dar início ao gênero musou que traz um combate hack-and-slash com dezenas e até centenas de inimigos na tela. Origins chega após sete anos do último título da série, trazendo um formato que tenta voltar às origens do conflito para tentar quebrar a repetição com uma experiência diferente que deve agradar os novatos, mas que vai deixar um gosto um pouco amargo para os veteranos.

Diferente dos outros jogos onde podíamos criar nosso personagem ou jogar como um dos heróis, em Origins nós jogamos com um personagem fixo e iremos acompanhar a história como um coadjuvante. A trama ainda continua se baseando no Romance dos Três Reinos só que ao invés de controlar uma das figuras históricas, nós iremos às acompanhar no campo de batalha vivenciando os acontecimentos como o “guardião da paz”, um guerreiro sem memórias, mas com um instinto a combater as injustiças que estão acontecendo neste período com a história evoluindo de acordo com as escolhas do jogador.

Este novo formato visa quebrar um pouco da repetição dos outros jogos, estes que seguiam de certa forma o mesmo formato. Para quem está conhecendo a franquia essa mudança é bem vinda e não deve impactar na progressão, contudo para os veteranos as mudanças ficam claras e acabam sendo um retrocesso considerável já que não temos construção de personagem e as escolhas de facção só chegam depois de boas horas de jogo.

A jogatina continua baseada no mesmo estilo com combates massivos e centenas de inimigos na tela, porém agora temos algumas diferenças na progressão e várias melhorias. Como dito acima, Origins traz apenas um personagem jogável de fato e a primeira diferença parte daqui, pois no controle deste nós iremos explorar um mapa mundial, navegando entre as diferentes regiões, coletando itens no caminho, negociando em cidades e também batalhando em combater secundários e principais.

Apesar de termos apenas um personagem fixo, é possível customizar a forma de jogo através de alterações que incluem armas, habilidades e acessórios. O formato aqui segue no estilo RPG com pontos de experiência, níveis e habilidades passivas liberadas conforme avançamos, a progressão é feita através de missões e combates e entre uma área e outra teremos diversos combates secundários espalhados pelo mapa, estes que são no geral rápidos e nos garantem experiência, dinheiro e às vezes itens. Nós jogamos a maior parte do tempo “sozinhos”, mas conforme você avançar na história será possível adicionar heróis como companheiros de batalha sendo possível controlá-los brevemente no campo de batalha, algo interessante, mas a seleção agora é bastante limitada quando comparada com os jogos anteriores.

O combate recebeu algumas novidades e melhorias que incluem um sistema de parry (deflexão), além de novas habilidades e uma ênfase em estratégias e táticas. No geral o formato é o mesmo e as missões principais envolvem batalhas em mapas grandes com vários pontos para serem dominados e um exército inimigo separado entre peões, tenentes, capitães e heróis.

Como dito acima, apesar das semelhanças temos uma ênfase em estratégia e a vitória agora não está ligada em saber fazer combos devastadores. Para vencer em Origins é fundamental saber escolher qual área dominar a seguir e quais heróis aliados ajudar, pois temos um sistema de moral que influencia diretamente na progressão liberando táticas e caso seja deixado de lado, você poderá facilmente ganhar o combate, mas perder a guerra. Além desses também teremos eventos de tempo limitado durante os conflitos, envolvendo a conclusão de objetivos secundários dentro do mapa para evitar alguma calamidade, ou às vezes para liberar a progressão. Geralmente estes envolvem eliminação de inimigos ou quebra de algum item específico, de toda forma os objetivos podem ser localizados através de uma visão especial, um recurso que facilita a navegação de objetivos e inimigos durante as batalhas.

O título foi desenvolvido tendo como base os hardwares dos consoles atuais e por este motivo temos várias melhorias visuais e de performance. Origins chega com uma revitalização visual notável, jogamos a versão de PC e diferente dos títulos anteriores agora temos modelos mais bem detalhados, melhores efeitos de iluminação e sombra, além de novas animações e um mapa mundial muito bem construído. A atualização gráfica é bem vinda, mas os visuais apesar de melhores ainda não impressionam, contudo o título agora chega com recursos atualizados que incluem suporte a maiores resoluções e formatos de tela ultrawide, além desses também temos recursos de upscaling que incluem FSR3, DLSS, Intel XeSS e frame generation. A performance está muito boa e não encontramos slowdowns mesmo com centenas de inimigos na tela, para complementar esse conjunto temos áudio em Japonês, Inglês e Chinês para aumentar ainda mais a ambientação.

Apesar das melhorias, a experiência no geral é mista. Por um lado, nós temos um sistema de combate e táticas divertido e bem construído, aliado a recursos atualizados e uma boa performance, contudo como um veterano nesta série é difícil deixar passar as mudanças e retrocessos na história e progressão. Em comparação com os outros títulos, apesar de diferente este novo formato é limitado demais, a progressão é lenta sendo fácil sofrer com a repetição das batalhas secundárias necessárias para melhorar o personagem, para piorar a jogatina é repleta de cinemáticas muitas vezes desnecessárias e por conta do formato o jogador acaba não conseguindo criar uma conexão com a facção escolhida.

No final, Dynasty Warriors: Origins traz uma experiência que tenta de certa forma revitalizar a franquia, em um formato que deve agradar os novatos na série, mas que mesmo com melhorias deve deixar um gosto amargo para os veteranos. O preço cobrado é salgado pela experiência e por este motivo eu prefiro recomendá-lo no lançamento somente para quem se interessar, do contrário é melhor esperar por uma promoção.

Confira no vídeo abaixo o gameplay de Dynasty Warriors: Origins:

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