Arken Age VR – Um novo ápice no PlayStation VR2 | Análise

Arken Age chegou para ficar junto com ele (Red Matter 2) no mesmo espaço do pódio.

Analisado no PlayStation VR2


Talvez você nunca tenha ouvido falar da desenvolvedora de games VitruviusVR, afinal de contas ela não tem tantos títulos no mercado e até o momento contava apenas com dois jogos em seu curriculum, um deles se chama Mervil’s: A VR Adventure, um jogo de aventura e plataforma bem simples lançado em 2016 para o PSVR1 e Oculus, e outro é o fabuloso Shadow Legend VR lançado em 2019 (PSVR1/Oculus), que traz uma história em um mundo medieval com espadas, magias, tesouros, num mundo cheio de exploração e aventura com um dos gráficos mais bonitos que apareceram no PSVR1 na época.

Agora em 2025 a VitruviusVR está de volta e nos presenteia com um dos MELHORES JOGOS que eu já joguei no PlayStation VR2, Arken Age traz muita ação, combates alucinantes, uma variedade enorme de armas, muita exploração e aventura em mundo fantástico com um dos melhores gráficos que já presenciei dentro da realidade virtual.

E antes de começar a dar os detalhes sobre o jogo, preciso fazer um agradecimento especial à Blake Stone, o lead designer da VitruviusVR, que foi extremamente atencioso e nos deu todo suporte possível quando detectei um bug que me impossibilitava de avançar bem perto do final do jogo, eu estava com aproximadamente 11 horas de jogo no dia 22/12, fiz um vídeo explicando o que estava acontecendo e enviamos o mais rápido possível para VitruviusVR, mas sem esperança de sermos atendidos, afinal de contas era quase Natal.

Para nossa surpresa Blake nos respondeu no dia 23/12, mostrando um incrível comprometimento com a qualidade de seu jogo e fez de tudo para que eu pudesse chegar ao fim do jogo, ele nos pediu alguns dias até que um patch de atualização fosse criado para que ele pudesse recriar o meu save e descobrir o que eu tinha feito para “quebrar o jogo”, uma semana depois o patch ficou pronto, segui todos os passos, e ele nos pediu mais um tempo até que pudesse averiguar tudo que tinha acontecido, para assim criar mais um patch que me possibilitasse de avançar, eu estou dando esse monte de detalhes para vocês que estão lendo essa análise para que tenham uma noção do comprometimento da desenvolvedora em entregar algo funcionado para todos aqueles que investirem na compra do jogo, pois vocês não fazem ideia do trabalhão que deu pra ele e sua equipe consertarem esse bug.

Então Blake, só tenho que te agradecer pois além de criar um jogo incrível, você é um profissional único e apaixonado pelo que faz e merece todo sucesso do mundo!

Em Arken Age fomos criados pelo Guardião, um dos deuses terra-formantes que foram enviados pela Hiperion a um planeta que parece muito com a Terra, somos um ser de consciência humana pura, desvinculado da rede Arken e livre de qualquer corrupção neural.

No coração do Bio-Abismo encontra-se o criador divino, chamado de “O Grande Arborista” que cultiva todo o planeta, mas que de uma hora para outra cessou seu cultivo e perdeu todo o contato com o Guardião, nossa missão é ir até a Grande Espiral e retomar o contato com ele.

Gráficos

Bom, quem nos segue aqui nas análises de PSVR2 e também no canal do YouTube, com certeza sabe que o meu grande queridinho em matéria de gráfico ainda é o jogo Red Matter 2, então sempre que vou falar sobre isso, tomo ele como base por ser o jogo mais bonito que já vi no PSVR2, bem… até agora, pois Arken Age chegou para ficar junto com ele no mesmo espaço do pódio.

Logo que entramos no jogo ele nos oferece dois tipos de resolução:

*No PS5 PRO esses dois modos também terão melhorias deixando o modo desempenho com 15% a mais de resolução e o modo qualidade com 25% a mais.

Para mim o modo desempenho deixa a movimentação mais suave, mas também limita o anti-aliasing, e faz alguns detalhes como plantinhas e gramas sumirem quando estão longe e aparecerem quando chegamos mais perto, além disso percebi algumas partes um pouco mais serrilhadas, e também o jogo fica um pouquinho mais borrado.

O modo qualidade é meu favorito pois deixa tudo muito nítido, e mesmo estando em 60 fps, acho que vale muito mais a pena jogar nele, a movimentação não muda tanto assim e com toda certeza Arken Age traz um dos ambientes mais lindos que já vi em realidade virtual, são muitos detalhes que merecem ser apreciados em todo o jogo, os efeitos de partículas, iluminação, sombras, água, folhas, texturas de personagens são absolutamente lindos, quando entramos na água a luz do sol reflete lá em baixo em luzes lindas, com um efeito de distorção maravilhoso.

Mas talvez o que mais impressione seja a imersão que esse jogo traz, os ambientes são enormes, construções de pedras imensas feitas pelos Hiperions corrompidos que se parecem muito com catedrais vistas na Inglaterra ou na França, muitos dos cenários tem uma natureza viva que enche os olhos, cheios de árvores, plantas e água que podemos nadar livremente, além de cenários futuristas cheios de metal que geralmente são as bases de alguns soldados da Hiperion, e eu duvido que quando você chegar no santuário dos Nara, não tenha vontade de ficar lá pra sempre apreciando toda paz que ele oferece. Bem, infelizmente só quem está olhando dentro dos óculos que vai perceber isso tudo, na tela da TV é lindo, mas dentro do headset é onde a magia acontece realmente, e eu ficaria horas falando de todos os detalhes, mas essa análise ficaria gigantesca, então vamos seguir…

Som

A trilha sonora é bem variada, e passa por músicas calmas e outras bem agitadas principalmente nos combates frenéticos que existem no jogo aumentando a adrenalina em cada combate. Em algumas partes temos cânticos sacros que são os mais bonitos na minha opinião, pois conseguem trazer uma paz maravilhosa junto aos cenários estupendos que passamos. As vozes dos personagens trazem muita personalidade para cada um deles e parece que houve um carinho muito grande ao escolherem cada uma delas, o jogo tem apenas o idioma falado em inglês, mas temos 14 opções de idiomas de legendas, incluindo nosso português brasileiro, e aqui talvez venha minha primeira crítica, as legendas ficam estáticas na tela e um pouco abaixo dos nossos olhos, o que nos força a ficar olhando um pouco pra baixo para ler enquanto nosso personagem fala com outros NPC’s, um exemplo é logo no começo do meu vídeo quando fiquei parado sem olhar para o Guardião para que as legendas fossem capturadas, na minha opinião as legendas poderiam acompanhar nossos olhos, mas isso é um mero detalhe.

O som dos tiros, explosões, espadas se chocando, cristais sendo quebrados, o som do ambiente sendo abafado quando estamos dentro da água… tudo é sensacional e nos deixa imersos naquele mundo por horas!

Jogabilidade

Chegamos a uma parte muito importante para todo jogo, pois não adianta apenas ter gráficos bonitos, som impressionante, uma história boa, mas se a jogabilidade não for boa, isso vai acabar com toda a experiência. Felizmente Arken Age tem uma jogabilidade maravilhosa e cheias de detalhes que irei compartilhar nessa análise.

Ao entrar nas opções você verá que podemos customizar praticamente tudo, desde a movimentação do personagem até as “dead zones” dos controles, ajuste de pressão dos botões para agarrar itens, muitas opções para quem enfrenta o temido “motion sickness”, e também opções para destros e canhotos, sem falar que podemos escolher em qual lado do corpo iremos guardar algumas coisas para facilitar a jornada, particularmente as únicas coisas que mexi foram na parte de movimentação pois gosto do movimento suave (smooth), e em uma opção que temos a cura automática onde apertamos um botão no controle e a seringa de cura é automaticamente aplicada em nosso braço sem que precisemos pegá-la no inventário e aplicar manualmente, mas se você gosta de mais desafio pode deixar essa opção desligada.

A movimentação do nosso personagem é muito fluída e quem já joga com os controles do PSVR2 não terá dificuldade alguma em encontrar os comandos, pois é tudo muito simples e intuitivo. Logo no começo temos que passar por um tutorial obrigatório que ensinará muito bem como os comandos funcionam, inclusive é nele que são entregues nossas armas e acessórios.

Basicamente temos uma arma de curto alcance que seria uma espada (no meu caso ela ficou no coldre esquerdo), uma arma leve como se fosse uma “pistola”(coldre direito), uma arma pesada que se assemelha a uma escopeta (ombro direito), duas picaretas que servem para escalar que ficam guardadas em nossos pulsos mas com um simples movimento de girar o pulso pra cima elas já aparecem automaticamente facilitando bastante quando pulamos de encontro a uma raiz, árvore, ou outra superfície “escalável”, no ombro esquerdo ficam as munições que servem para carregar qualquer uma das armas incluindo a espada e por fim, apertando o botão triângulo fica nosso pequeno inventário onde são guardadas as seringas de cura, escudos, granadas, entre outros.

Uma das coisas mais legais que esse jogo tem é uma física impressionante onde as armas não atravessam partes do cenário e colidem com todos os objetos, aumentando mais nossa imersão. além disso temos o aperfeiçoamento das armas durante a jornada, enquanto exploramos os cenários encontramos “cartuchos” que permitem criar partes para as armas que já temos, logo no tutorial somos apresentados a uma estação onde colocamos as armas e adicionamos partes a elas para aumentar sua efetividade, no total são 14 modificações para as 3 armas que temos, mas a arma de curto alcance talvez seja a que você mais use, pois os combates corpo-a-corpo são maravilhosos, e nesse caso a arma “melee” tem 5 modificações, a espada normal que já pegamos no começo, o machado que podemos arremessar, uma espada longa, um martelo extremamente forte que parece a arma de Sauron de Senhor dos Anéis, e uma adaga cerimonial que acredito ser a mais forte do jogo, mesmo que não seja.

As armas leves temos apenas 4 variações e elas se tornam mais fortes quando encontrarmos todas as 3 partes que a compõem. Nas armas pesadas temos 5 variações também incluindo um rifle de longo alcance tipo uma sniper e aí que vem uma sacada muito legal com o uso do EYE TRACKING do PSVR2, pois para usarmos a mira telescópica precisamos fechar um dos olhos, e ao fazer isso os óculos detecta o olho fechado e assim aciona a mira.

Todas essas armas usam e abusam das funções haptics dos controles, dando aquela pressão diferente nos gatilhos, dependendo da arma e ainda falando em funções do PSVR2, não tem como esquecer a vibração do headset que funciona perfeitamente em todos os momentos de tensão.

O jogo tem outras estações que permitem que compremos itens como granadas, minas terrestres, seringas de saúde, peças de armas e também uma estação de refinaria que podemos jogar todos os itens coletados para se transformarem em dinheiro.

Conclusão

Arken Age chegou em 2025 chutando a porta com força total mostrando que dá sim para fazer jogos de alta qualidade para o PlayStation VR2 como a VitruviusVR fez, ele é um jogo de ação e aventura com gráficos magníficos, uma ótima jogabilidade, super imersivo e detalhes que o fará ficar horas apenas apreciando o cenário como eu fiz, tem uma história interessante, mas um pouco confusa caso você não preste atenção. Demorei aproximadamente 13 horas para terminar, e aproximadamente umas 19 horas para conseguir todos os troféus. Ao terminar temos o modo “NEW GAME+” liberado que permite voltar desde o começo com todas os upgrades logo de cara, o que dá um belo fator replay.

Falando em fator replay, o que acha de um remastered de Shadow Legend para o PSVR2 hein senhor Blake Stone? Acho que ele merece hein, hahaha!

O jogo terá o preço de $39,99 dólares, e até o fim dessa análise não tivemos informações sobre o preço em REAL Brasileiro, mas acredito que ficará por volta de R$ 214,90. E dito tudo isso, minha nota final não poderia ser menos que 10!

Confira no vídeo abaixo o gameplay de Arken Age:

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