Analisado no Nintendo Switch
Guilty Gear -Strive- é um jogo de luta desenvolvido e distribuído pela Arc System Works e lançado em 2021 para as plataformas PC e PlayStation. Com uma boa recepção inicial, o título vem recebendo ports para outras plataformas, chegando posteriormente ao Arcade e ao Xbox One/Series e agora em 2025 temos o port para o Nintendo Switch.
O Nintendo Switch com certeza não é a plataforma de jogos de luta mais popular e embora o console tenha recebido uma versão exclusiva de Ultra Street Fighter II e até ports de jogos mais atuais e populares como Mortal Kombat 1, Dragon Ball FighterZ, BlazBlue: Central Fiction e até The King of Fighters XIII, a experiência geralmente é afetada visualmente pelas limitações do console ou fisicamente pelo estilo dos controles joycons. Neste mar de jogos de luta, Guilty Gear -Strive- chega como um port improvável, entregando uma experiência completa que inclui desempenho estável, visuais incríveis, controles simples e modo online com rollback netcode.
Para quem não jogou, a história de Strive é uma continuação das aventuras do protagonista da franquia Sol Badguy, um caçador de recompensas que está determinado a eliminar todas as Gears (criaturas mágicas criadas para avançar a evolução, mas que acabaram se tornando armas de guerra) e seus criadores. Para saber mais da trama é preciso acompanhar os jogos anteriores e como este não é um jogo novo e sim um port, não irei focar em aspectos da história, se quiser ler nossa analise original é só clicar aqui.
Por conta das limitações da plataforma, o Nintendo Switch geralmente recebe ports de jogos modernos com várias limitações gráficas e de performance, mas este não é o caso aqui. Strive traz uma jogatina em 2.5D, combinando aspectos 2D e 3D com uma arte fenomenal e cinemáticas dignas de anime, tudo isso em um port que consegue entregar uma experiência bastante fiel ao das versões dos outros sistemas.
O desempenho aqui é bom e o jogo consegue entregar 60 quadros constantes, com pequenas quedas acontecendo geralmente durante a apresentação e antes do combate. Os visuais continuam incríveis, temos personagens muito bem desenhados e vários efeitos de animação, contudo para conseguir atingir o desempenho nesta limitada plataforma, algumas alterações foram necessárias. Apesar dos personagens e animações estarem muito bem feitos, os planos de fundo no geral sofreram um retrocesso gráfico, com animações e efeitos simplificados, além de texturas com menor resolução, algo que realmente só será perceptível quando esta versão for comparada com as outras, mas no geral o jogo continua com visuais incríveis.
Como dito acima, o jogo não é novo e desde seu lançamento nós tivemos algumas atualizações no estilo de passe de temporada que trouxeram conteúdo e personagens extras para o jogo. Esta versão chega no console híbrido com um pacote completo que inclui todo o conteúdo das três temporadas já lançadas e o primeiro personagem da quarta temporada, a Queen Dizzy que está aqui como um bônus. A produtora revelou que os personagens jogáveis Venom, Unika (da próxima série de anime “Guilty Gear Strive: Dual Rulers”) e Lucy (personagem convidada da série de anime “Cyberpunk: Edgerunners”) também estão em desenvolvimento para futuros lançamentos de DLC na Nintendo Switch Edition do jogo.
Strive chegou em 2021 em um formato que deixou a jogatina mais acessível para os novatos, com o jogo sendo fácil de se jogar, mas difícil de se aperfeiçoar. Além de modos arcade, história, sobrevivência, missões e treinamento, o título também chega com modo online que inclui rollback netcode, porém sem crossplay entre plataformas. No PC a comunidade ativa não é tão grande, nos consoles o título aparenta ter mais atividade, infelizmente dado o caráter recente deste lançamento, a versão de Switch ainda não tem muita atividade e no momento procura por partidas online é uma tarefa de paciência.
Geralmente os jogos do gênero chegam nas plataformas Nintendo com alguma assistência ou melhorias de qualidade de vida para facilitar a jogatina, seja por configuração de golpes especiais em botões extras, ou até por opções de toque na tela tátil durante o modo portátil. Infelizmente Strive chega ao Switch com uma experiência tradicional e sem assistências, o que não é um problema caso o jogador tenha um Pro Controller ou similar, pois mesmo os controles sendo acessíveis, jogar nos Joy-Con está longe de ser algo confortável. O D-Pad padrão do Joy-Con é o problema aqui e caso esteja interessado em jogar no modo portátil, é melhor fazê-lo com controles similares como um HORI D-Pad (L)/Split Pad Pro ou outro similar que adicione um D-Pad tradicional.
No final, Guilty Gear -Strive- Nintendo Switch Edition é mais um port muito bem feito, sendo mais um exemplo que às vezes as limitações não estão no hardware da plataforma e sim em quem programa para ela. O jogo chega no Nintendo Switch com um pacote completo que inclui todo o conteúdo já lançado com um desempenho estável e visuais incríveis. O preço cobrado é justo, mas dada a idade do título, eu prefiro recomendado apenas para quem é fã e quer jogar de forma portátil ou para quem só tem o Switch como console, do contrário é melhor esperar por uma futura promoção.