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COLD VR – Realmente uma experiência fria | Análise

Em Cold VR é preciso ficar em constante movimentação e o design de diversos mapas não ajuda

Analisado no PC VR com o Quest 3S


COLD VR é um jogo de ação e tiro em primeira pessoa desenvolvido pela ALLWARE LLC e distribuído pela Perp Games. O título é um exclusivo para realidade virtual e está com data de lançamento prevista para 11/02/2025 no Meta Quest e PC com uma versão para PlayStation VR2 programada para mais tarde.

Inspirando-se na dinâmica de SUPERHOT, COLD VR é mais um título com um conceito interessante que infelizmente não consegue se desenvolver por problemas técnicos e escolhas de design.

Em uma atualidade onde o mercado tenta vender AI em todo tipo de produto, Cold VR tecnicamente continua este clichê, colocando o jogador para tentar parar uma AI que escapou e está tentando dominar o mundo. A trama é bastante simples e a história vai se desenvolvendo em vídeos live-action pré-renderizados, onde um funcionário da ALLWARE guia e traz atualizações para o jogador no estilo de filme de ficção científica onde você é o único que pode salvar a pátria. Não espere nada marcante e apesar de termos algumas escolhas, a história acaba ficando em segundo plano, sendo quase esquecida por conta da dinâmica e da frustração da jogatina.

Para quem não jogou ou não se lembra, SUPERHOT chegou para as telas flat e para o VR com uma dinâmica diferente, introduzindo uma mecânica onde o tempo é estático e só passa quando o jogador se movimenta. Esta mecânica acabou fazendo com que o jogo se tornasse uma espécie de quebra cabeça, onde o jogador precisa pensar bastante em quais movimentos fazer e quando se movimentar. Cold VR vira essa mecânica do avesso e aqui o tempo só desacelera enquanto estamos nos movendo e ao invés de um quebra cabeças, a dinâmica aqui é a de um jogo frenético com reações rápidas e sem tempo para pensar no que fazer.

No papel a ideia é interessante, porém temos vários problemas técnicos e escolhas de design que atrapalham o desenvolvimento desta. A jogatina aqui segue o padrão da outra franquia na maior parte do tempo, temos mapas com objetivos se dividindo entre ir do ponto A ao B ou eliminação/sobrevivência, as armas são exclusivas para cada mapa e temos variações de armas brancas e também armas de fogo com munição limitada. Como uma espécie de pesadelo causado pela AI para amedrontar e tentar fazer o jogador desistir, o título incorpora alguns níveis de “terror” baseados na temática das Backrooms, estes trazem puzzles e sobrevivência e servem para quebrar um pouco o ritmo, porém não fazem muito sentido dado à temática e os trailers e felizmente eles são opcionais e podem ser pulados por quem não quiser jogá-los.

A dinâmica de SUPERHOT funciona, pois o tempo só passa quando o jogador se movimenta e o jogo vira um puzzle, já em Cold VR é preciso ficar em constante movimentação e o design de diversos mapas não ajuda. Prepare-se para diversos recomeços e muita frustração, pois grande parte dos níveis traz inimigos e elementos posicionados de forma a não te dar muita chance de sobrevivência.

Apesar do tempo desacelerar, os projéteis ainda têm uma certa velocidade e em grande parte dessa aventura você irá morrer pela quantidade de inimigos disparando simultaneamente, ou pelo tipo de arma destes, com disparos de rajada sendo ainda mais difíceis de se evitar. Para piorar esta situação na maior parte das vezes que você encostar em algo no cenário, seja uma parede ou algo outro elemento, a tela do headset irá ficar preta sinalizando “fora do espaço de jogo”, o que contribui para mais frustração com mortes bobas e problemas ao procurar alguma cobertura

Para dificultar ainda mais a jogatina e aumentar a frustração, temos problemas técnicos relacionados às caixas de dano, além do posicionamento e mira das armas. Parece que nada aqui foi testado e as caixas de interação estão completamente desajustadas, às vezes você dá um disparo em uma esquina e o projétil é registrado na parede, às vezes no mesmo local ele atravessa. As interações com as armas de corpo a corpo são muito imprecisas e é comum você atravessar a espada em um inimigo e o dano não ser registrado, além destes também é comum o jogo não registrar o arremesso de armas, com essas atravessando o inimigo e não causando dano. No geral as armas não estão posicionadas no ângulo correto das mãos o que atrapalha no manuseio e mira, além disso não temos toggle grip e é necessário ficar segurando os botões para manter o equipamento, o que deixa a jogatina cansativa.

A ambientação é simples e apesar de termos uma trilha sonora de certa forma empolgante, os visuais aqui não impressionam. Os gráficos seguem um padrão inspirado nos de SUPERHOT com modelos simples e sem detalhes, porém aqui nós encontramos mais cores que chegam com efeitos de iluminação no cenário. No geral a experiência traz uma alternância desnecessária de cores e luzes, com segmentos parecendo discotecas e caso você tenha alguma fotossensibilidade é melhor passar longe daqui.

No final, apesar de ter um conceito interessante, COLD VR aparenta ser um projeto feito às pressas e de ainda não estar finalizado. Encontramos muitos problemas técnicos e de design, sendo que para se ter ideia o jogo não tem nem menu de fato, com as opções de ajustes estando flutuando em uma sala. O preço cobrado é salgado pela experiência e por conta do estado atual é melhor esperar por atualizações.

Confira no vídeo abaixo as primeiras impressões de COLD VR:

COLD VR

6

Nota

6.0/10

Positivos

  • Diferente
  • Trilha sonora empolgante

Negativos

  • Muitos problemas técnicos e de design
  • Alternância desnecessária de luzes
  • Frustrante e cansativo

Jeferson Vasconcelos

PC Gamer desde os anos 90, entusiasta de VR que não consegue ficar sem jogar os velhos consoles. Aguardando há anos pelo próximo Lineage
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