Tomb Raider IV – VI Remastered – Um tributo nostálgico e respeitoso ao clássico! | Análise

Desta vez temos os títulos Tomb Raider IV: The Last Revelation (1999), Tomb Raider V: Chronicles (2000) e Tomb Raider VI: The Angel of Darkness (2003).

Thiago Richeliê14/02/2025Última Atualização 16/02/2025

Analisado no PlayStation 5

Lara Croft é definitivamente um dos nomes mais relevantes dentro da cultura pop e do mundo dos games, isso é fato. Quem concorda, respira. Eu sei que se tratando de mim, soa tudo muito suspeito, já que sou fã de Tomb Raider desde os 7 anos de idade. Na época, ela ainda tinha seios pontiagudos tal qual os sutiãs das garotas pin-up dos anos 50, e Madonna durante sua Blonde Ambition Tour, mas diferente do movimento de empoderamento feminino e liberdade sexual, os seios pontiagudos de Lara surgiram devido a um erro, no qual o mouse que controlava a proporção de seu corpo escorregou de 50% para 150%. Tá, mas Thiago, não dava para arrumar? Dava sim! Mas os criadores acharam divertido e mantiveram assim. O que foi um acerto, uma vez que se tornou uma característica extremamente marcante da nossa arqueóloga, que ao longo dos anos acompanhou os avanços tecnológicos e foi ficando mais curvilínea e se tornando um símbolo de absurda importância no mundos games, não só por seu sex appeal, mas também por ser a primeira personagem mulher a ter grandioso sucesso nesse mercado, tendo o nome de sua franquia registrado no Guiness Book.

Depois de apresentar ao mundo o bem sucedido Tomb Raider I-III Remastered Starring Lara Croft que trouxe Tomb Raider (1996), Tomb Raider II: Starring Lara Croft (1997) e Tomb Raider III: Adventures of Lara Croft (1998) que, além dos jogos base, lançaram as respectivas expansões nunca vistas antes em consoles, tudo isso polido sob a cuidadosa camada de efeitos visuais e sonoros, contemplando o aspecto cosmético reimaginado, a Aspyr e a Crystal Dinamics trouxeram o que os fãs tanto queriam, intitulado Tomb Raider IV – VI Remastered está sendo lançado oficialmente hoje, 14/02/2025 para PlayStation, Xbox, Nintendo Switch e PC. Desta vez temos os títulos Tomb Raider IV: The Last Revelation (1999), Tomb Raider V: Chronicles (2000) e Tomb Raider VI: The Angel of Darkness (2003). Já posso adiantar para vocês que as remasterizações se mantiveram fiéis aos jogos base, sem modificações ao conteúdo original ou mesmo nas histórias. A Aspyr manteve o foco em aprimorar os visuais, mecânicas de jogabilidade e texturas. Todas as características que tornaram os jogos clássicos, continuam ali, mas com detalhes que vão agradar os olhos do público moderno.

Nesta coleção remasterizada, poderemos mergulhar em episódios obscuros da vida de Lara, tudo isso se junta ao fato de podermos descobrir diversos segredos enterrados ao redor do mundo, enquanto confrontamos forças sinistras em visuais gráficos clássicos e reformados, que nos permitem comparar como era e como está atualmente. Essa nova roupagem está deslumbrante, com uma nova vida para ambientes, artefatos e personagens. As aventuras globais de Lara Croft vão das profundezas das tumbas egípcias até às ruas sombrias e úmidas de Paris, utilizando as mecânicas clássicas de controle no estilo TANQUE ou controles mais modernos, com os quais muita gente está mais familiarizada.

Vamos relembrar a história de cada um dos títulos?

Tomb Raider IV: The Last Revelation (1999)

Em The Last Revelation, o deus egípcio do caos, Set é libertado sem querer por Lara, durante uma de suas escavações num antigo túmulo egípcio. Com Set a solta causando estragos pelo Cairo, Lara é auxiliada por Semerkhet para invocar o deus Hórus, que é a última esperança de acabar com a ameaça de Set.

Tomb Raider V: Chronicles (2000)

Após o final apocalíptico de The Last Revelation, o mordomo de Lara, Winston reúne amigos de longa data de Lara, para que relembrem e contem histórias icônicas da heroína. As histórias que até então eram desconhecidas por seus fãs, se tratam de uma investigação às catacumbas romanas, infiltração a um submarino russo, exploração em uma ilha tomada por forças demoníacas e espionagem em um grande edifício de alta tecnologia. Essas aventuras elencam as habilidades de Lara, bem como evidencia o quão viajada ela é. Mas a pergunta que não quer calar: Lara Croft realmente morreu?

Tomb Raider VI: The Angel of Darkness (2003)

Após ser acusada de assassinar seu mentor, Werner Von Croy, Lara precisa limpar seu nome e descobrir o mistério acerca do assassinato. Para isso, a protagonista inicia uma intensa e frenética aventura pelas ruas de Paris e Praga, enquanto é perseguida por Kurtis Trent, que a seguir, revelará um segredo sombrio sobre sua verdadeira história.

Em nossa jornada sempre enfrentaremos inimigos humanos ou animais selvagens (Lara Croft clássica continua dizimando diversas espécies de animais), além de realizar saltos elaborados entre plataformas, solucionar puzzles que beiram ao ódio e encontrar itens que abasteçam vida e munição. Os jogos oferecem experiências singulares e fidedignas ao que foi apresentado no final dos anos 90 e começo dos anos 2000. A mudança real ficou por parte dos gráficos que foram todos repaginados com cores, texturas e formas muito mais aprofundadas, enfatizando elementos que compõem de forma aprimorada todos os cenários, armas e personagens, bem como a própria protagonista.

Os critérios considerados para a iluminação das fases, que diga-se de passagem, está belíssima, foram muitíssimo bem elaborados, deixando tudo mais nítido e agradável aos olhos. A maioria dos cenários são ambientes fechados e os jogos antigos tinha esse aspecto negativo, era tudo muito escuro e alguns detalhes passavam despercebidos. Neste remaster está tudo mais claro e cuidadosamente iluminado de forma que permita uma melhor exploração. Com apenas um clique podemos visualizar instantaneamente como os gráficos eram e comparar, ou até mesmo jogar, e isso meus amigos, é ouro. É muito satisfatório comparar o que víamos antes e o agora. Boa parte do áudio não sofreu alterações, os diálogos cheios de sarcasmos continuam lá, bem como a trilha sonora das ambientações. As cutscenes estão com qualidade superior e as telas de loading receberam novas artes, que também podem ser alternadas com as antigas. Isso tudo se associa ao fato de termos legendas localizadas em Português-BR no 4º, 5º e no 6º título da franquia, o que torna a acessibilidade aos jogos ainda maior. O 6º jogo possui ainda uma dublagem, ligeiramente canalha, que provavelmente faz parte de arquivos descartados do jogo original, mas ainda assim vale a pena conferir a título de curiosidade, para termos noção da amplitude de imersão que os desenvolvedores tinham na época, mas que infelizmente não puderem executar em toda sua magnitude.

Diante do que se espera de uma remasterização, Tomb Raider IV – VI Remastered entrega exatamente o que esperamos, de tal modo, que a preservação de atributos característicos se mantém presente nos três títulos, seja em termos estéticos noventistas que beiram uma obra de arte. Dentre tantas melhorias, precisamos enaltecer uma Lara Croft repaginada, com visual mais polido e refinado, com curvas mais acentuadas, para ficar visualmente ainda mais bonita com suas “brusinhas” totalmente redesenhadas, sendo possível escolher qual look será usado. Além disso, o modo foto também está presente aqui, sendo possível registrar nossos melhores momentos com nossas melhores roupas.

Para finalizar, quero deixar claro que mesmo sem grandes peripécias, Tomb Raider IV – VI Remastered entrega o que foi prometido, uma restauração eficiente que permeia todo o respeito por uma franquia com tantos anos de estrada, que ditou influências em termos de jogos de ação durante muitos anos. Esse pacote com três grandes jogos oferece uma experiência única de imergir em gráficos envernizados com muito refinamento técnico e carinho, permitindo uma nova roupagem a vida e às aventuras de Lara. Apesar de tantos pontos positivos, antes de encerrarmos, preciso ressaltar que mesmo com algumas melhorias de controles, eles ainda não são tão acessíveis ao público mais jovem, entretanto, entrega nostalgia aos noventistas e oferece uma oportunidade para os mais jovens, de ver e entender como funcionavam as coisas lá nos primórdios.

Tomb Raider IV – VI Remastered se destaca com uma coletânea substantivamente capaz de sobressair no cenário atual, sendo possível uma introdução agradável da heroína a uma nova geração.