
Project Tower – Quando Returnal encontra Doom | Análise
A narrativa, embora interessante, peca pela fragmentação, já que a história não é completamente linear e muitas informações são espalhadas ao longo dos andares da torre.
Analisado no PlayStation 5
Project Tower é um jogo de tiro em terceira pessoa desenvolvido pela Yummy Games e lançado para PlayStation 5 e PC em janeiro de 2025. Combinando elementos de bullet hell, mecânicas de quebra-cabeças e combate dinâmico, o jogo se destaca por sua proposta única e desafiadora. Esta análise detalha seus principais aspectos, desde a história e jogabilidade e pontos que poderiam ser melhorados.
A história de Project Tower se desenrola em um universo futurista e distópico, onde a humanidade vive sob a opressão de uma raça alienígena conhecida como os Hiks. O protagonista, chamado Prisioneiro 437, embarca em uma jornada arriscada para escalar a torre e alcançar a liberdade, enquanto revela segredos sobre os Hiks e o mistério por trás da construção da torre.
A narrativa, embora interessante, peca pela fragmentação, já que a história não é completamente linear e muitas informações são espalhadas ao longo dos andares da torre. Isso cria uma sensação de imersão, mas também pode deixar alguns jogadores com a impressão de que o enredo não foi explorado de forma tão profunda quanto poderia. Apesar disso, a construção do mundo é rica, e a ideia de cada andar ter uma ambientação distinta como desertos áridos, geleiras e oceanos misteriosos contribui para uma experiência visualmente impressionante.
Project Tower mistura combates de tiro em terceira pessoa com momentos mais calmos, focados em resolução de quebra-cabeças. Essa combinação de mecânicas oferece uma diversidade interessante de desafios, mas também pode ser um pouco desbalanceada para alguns jogadores. Os combates, que são o coração do jogo, apresentam uma jogabilidade precisa e tensa, com o jogador tendo que enfrentar uma variedade de inimigos com padrões de ataque específicos.
Um dos aspectos mais desafiadores e gratificantes são as sequências de bullet hell, em que o jogador deve desviar de uma chuva de projéteis enquanto tenta contra-atacar. Isso exige uma reação rápida, paciência e, muitas vezes, cautela dos padrões dos inimigos. Além disso, os quebra-cabeças, que aparecem em momentos mais tranquilos, proporcionam uma pausa da ação intensa e oferecem uma variedade de desafios baseados na observação dos cenários.
Essa mecânica adiciona uma sensação de poder e crescimento ao protagonista, tornando a exploração e os combates mais dinâmicos. Quando bem aproveitada, a transformação oferece momentos emocionantes e únicos, mas sua implementação poderia ser mais integrada ao ritmo da narrativa para aumentar o impacto emocional. Tudo é muito 8 ou 80 e sem qualquer aviso, ficando a impressão de algo remendado, como se fosse jogar Forza MotorSport em uma Ferrari que subitamente muda para andar de Cavalo.
Cada andar da torre tem uma temática única, o que faz com o jogador tenha um fator replay interessante, atiçando a curiosidade e exploração. No entanto, a falta de uma progressão mais coesa entre os andares pode criar uma sensação de que a evolução do mundo está mais centrada na mecânica do que na narrativa. Embora os cenários e os biomas sejam visualmente impressionantes, a falta de uma progressão mais consistente entre as áreas da torre cria um vazio na jogabilidade a longo prazo.
Em resumo, Project Tower é um jogo interessante, mas enfrenta alguns problemas. A dificuldade, bastante elevada, pode afastar jogadores mais casuais, enquanto os fãs de games desafiadores encontrarão uma experiência gratificante, especialmente com as mecânicas de tiro e metamorfoses. A jogabilidade oferece variedade e exige habilidade, mas os quebra-cabeças e as sequências de bullet hell podem ser um pouco enjoativas em certos pontos.