
Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii – Um jogo que ninguém esperava, mas que todo fã precisa jogar | Análise
Analisado no PC
Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é um jogo de ação e aventura desenvolvido pela Ryu Ga Gotoku Studio e publicado pela SEGA. O título tem data de lançamento prevista para 21/02/2025 com versões disponíveis para as plataformas PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One e Xbox Series X|S.
Sendo mais um spin-off da série Like a Dragon, Pirate Yakuza in Hawaii chega finalmente com uma história focada no “Cachorro Louco”, sendo um jogo que ninguém “pediu”, mas que todo fã precisa jogar.
Sem spoilers. A trama se passa meses após os eventos do último jogo Like a Dragon: Infinite Wealth, com o que restou das organizações criminosas se reorganizando e os ex mafiosos tentando de certa forma se reintegrarem à sociedade. Com essa premissa, nós iremos acompanhar a jornada de um dos personagens secundários mais queridos da série, o Goro Majima também conhecido como “Cachorro Louco” que acorda sem memória em uma ilha perto do arquipélago do Havaí após seu barco naufragar. Após uma breve confusão, Majima acaba fazendo novos amigos e embarca em um novo capítulo da sua vida, agora como um pirata em busca de tesouros e também de fama.
Não se deixe pensar que a temática de pirata faz desta uma história fraca, pois apesar de ser um spin-off, esta nova entrada chega com toda a atenção que a franquia sempre recebeu. A história aqui é divertida e interessante, somos apresentados a novos personagens e temos o retorno de rostos conhecidos da franquia, inclusive personagens secundários do último jogo Infinite Wealth.
A jogatina em Pirate é dividida entre o tradicional Like a Dragon com exploração de cidades e o modo Pirata com ilhas e combate naval. No modo tradicional, temos a volta de Honolulu presente no último jogo como cidade principal e algumas outras ilhas e locais que não irei dar spoiler, nestes locais temos a típica exploração de mundo com diversos NPCs, lojas, missões secundárias e atividades que incluem o retorno da caça a recompensas. O modo pirata segue um estilo arcade bastante simplificado do visto em Assassin’s Creed IV: Black Flag, com um mar dividido em pequenas sequências de mapas fechados e livre exploração dentro dessas, onde é possível enfrentar breves combates navais e atracar em pontos no meio do caminho para explorar pequenas secções das ilhas enfrentando inimigos atrás de tesouros escondidos.
O modo pirata em mar aberto não impressiona, o sistema é simples demais, não há muito o que se fazer e as batalhas em alto mar são rápidas e desinteressantes. Durante o jogo você irá utilizar este sistema na maior parte do tempo somente para ir do ponto A ao B, para alcançar um ponto não descoberto ou em busca de algum tesouro no mapa, pois depois que liberar os faróis disponíveis, a viagem rápida acaba se tornando mais veloz e cômoda. Apesar dos problemas, o combate naval tem seu brilho no Coliseu dos Piratas, mas falaremos dele mais abaixo.
Voltando às origens como em Like a Dragon Gaiden, Pirate retorna com o combate “beat em up” repleto de ação. O combate de ação funciona muito bem para a temática do jogo, mas ele conta os mesmos empecilhos do antigo sistema e com certeza irá deixar os fãs que gostaram da mudança para turnos com um pé atrás. Podemos jogar somente com Majima e no controle do personagem é possível alternar livremente entre dois estilos, o “Cachorro Louco” que é uma mistura do antigo combate dos jogos Yakuza e o estilo pirata chamado “Cachorro do Mar” que traz os movimentos exclusivos deste novo jogo com novas armas e golpes especiais.
O combate de ação retorna com os mesmos problemas dos jogos mais antigos que usavam este sistema, Entre as inconsistências, continuamos com a dificuldade em atacar inimigos no chão e até mesmo de realizar certos combos, por conta da dinâmica que às vezes não deixa espaço ou tempo suficiente para o jogador apertar os botões necessários. Contudo o sistema recebeu algumas melhorias como a trava de alvo que está mais responsiva e um modo fácil que realiza combos automáticos ao apertar apenas um botão. A volta ao estilo de ação combina com partes do combate naval, porém o jogo não é só isso e a exploração de cidades ainda sofre com o excesso de confrontos e a repetição de teclas.
Como dito acima, apesar das batalhas navais em alto mar serem simples, toda a dinâmica é alterada no Coliseu de Piratas. O Coliseu retorna neste novo título, contudo a dinâmica aqui é outra e agora realmente temos um combate no estilo Black Flag, onde é preciso desabilitar a embarcação inimiga e depois invadi-la, enfrentando e derrotando a tripulação e o capitão para vencer. Este modo de jogo é composto por partidas rápidas, desafios e até um campeonato, tudo é bastante divertido de se jogar e existe uma pitada de RPG que deixa tudo mais atrativo, pois aqui é possível e necessário escolher cuidadosamente sua tripulação e companheiros de suporte.
Cada tripulante do seu navio pode ter habilidades passivas específicas que irão te dar vantagem durante os confrontos, seja aumentando o dano, defesa, munição, cura e outros efeitos especiais. Estas habilidades são separadas entre o combate naval e a invasão e é necessário alocar e separar os tripulantes entre grupo do navio e grupo de embarque, pois como dito cada tripulante tem suas habilidades e fazer as escolhas corretas é sinônimo de vantagens durante os confrontos no Coliseu. Para conseguir recrutar novos tripulantes é necessário realizar atividades, com alguns requerendo missões e outros objetivos secundários variados que incluem a conclusão das atividades disponíveis.
Uma marca certa da franquia Like a Dragon são seus mini jogos que na maioria das vezes fazem o jogador gastar mais tempo neles do que nas missões principais. Pirate retorna com os mini games, trazendo vários populares e adicionando alguns novos. Aqui é possível realizar diversas atividades já conhecidas como o karaokê que inclui músicas relacionadas ao Majima, temos as entregas malucas, corridas no Dragon Kart, o retorno dos jogos de Master System e do Game Center, além de outros que retornam e novos específicos da temática de piratas que geralmente são baseados em outros já presentes, mas não irei dar spoilers.
Os gráficos seguem o padrão de qualidade dos últimos jogos da franquia que também utilizaram a Dragon Engine. Pirate chega com uma temática diferente, mas trazendo a mesma ambientação, Honolulu retorna com seus vários modelos de personagens e inimigos, a maioria é baseada em estereótipos americanos bastante exagerados e a cidade continua viva, com várias lojas e muita luz. Os novos ambientes seguem este padrão e temos em especial Madlantis, um novo local exótico baseado na temática Pirata com muita luz, novos personagens que incluem dançarinas e piratas e é aqui que o Coliseu de Piratas é situado. As customizações ainda continuam aqui e é possível alterar o visual de Majima com diversos itens que incluem roupas, acessórios e até trajes completos, sendo que o visual é separado pelos dois estilos de luta do personagem.
Para completar a ambientação, os belos visuais são acompanhados de uma boa trilha sonora, com faixas divertidas e empolgantes que incluem o retorno de músicas relacionadas aos eventos de Majima nos primeiros jogos. Como uma cereja do bolo, o título também segue o padrão dos últimos lançamentos da franquia e chega com localização em PT-BR através de legendas, estas que estão OK e trazem alguns erros de tradução e até de grafia, mas nada que comprometa a experiência, visto que jogamos uma versão pré-lançamento e as inconsistências não comprometem o entendimento dos eventos.
No final, apesar de alguns pequenos problemas, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é um jogo que ninguém pediu, mas que todo fã precisa jogar. O título é muito divertido e assim como diversos fãs da franquia eu também fiquei cético com o anúncio da temática desta nova entrada, mas confesso que foi difícil desligar o PC depois de começar a jogar. O preço cobrado é salgado, mas a qualidade e o conteúdo disponível valem a pena e eu posso recomendar este título para todos os fãs e aos que ficaram interessados, para os demais é melhor esperar por uma promoção.