
Analisado no Nintendo Switch
Omega 6: The Triangle Stars é uma Visual Novel/RPG desenvolvido por Takaya Imamura em conjunto com a Happymeal e Pleocene. O título está sendo distribuído pela Clear River Games e tem data de lançamento esperada para 28/02/2025 com versões para Nintendo Switch e PC.
Sendo uma adaptação de um mangá feito pelo veterano Takaya Imamura que trabalhou mais de 30 anos na Nintendo e foi responsável pelo design e direção de diversos personagens e jogos como F-Zero, Star Fox e The Legend of Zelda: Majora’s Mask. Omega 6 nos apresenta a uma leve e divertida aventura que só não é melhor pela falta de alguns recursos de qualidade de vida.
Sem spoilers, a aventura se passa em um futuro alternativo, onde a raça humana sofre de baixa natalidade devido ao aumento da expectativa de vida que chega aos 400 anos. O momento de paz e prosperidade da humanidade é longo, mas acaba quando um buraco de minhoca se abre perto de Marte e milhares de naves contendo alienígenas pacíficos invadem nosso sistema solar procurando e tendo refúgio aceito em nosso planeta. Um tempo se passa e os humanos agora são minoria na Terra e visando procurar um novo lar para a humanidade, o professor Viktor Franklin cria dois androids, Thunder e Kyla que tem características humanas, mas podem se rejuvenescer com o uso de suas cápsulas de estase e a dupla é enviada abordo da nave Omega 6 para encontrar um novo lar para a humanidade.
Apesar da premissa ter um tom mais sério, no geral a trama é leve, divertida e os personagens acabam deixando esta missão crucial como objetivo secundário, pois ambos se veem com poucos fundos e decidem partir para uma caça a tesouros a fim de conseguir créditos. Em busca deste tesouro, nós iremos conhecer três planetas com diversas localidades e cerca de uma centena de personagens alienígenas diferentes, alguns com visuais bastante exagerados.
A jogatina segue o estilo retrô de RPG e visual novels dos anos 80/90, onde temos um sistema de exploração fixo e dividido entre quadros com opções distintas para chamar, falar, ir, inspecionar, acessar itens e realizar ações. O progresso aqui geralmente envolve chamar e conversar com todos os personagens na área a fim de descobrir pistas de onde ir e do que fazer. Este sistema não traz nada de novo para os veteranos, mas eu vejo que para novatos ele pode ser cansativo, pois temos um excesso de cliques para realizar ações, fato este que ocorre constantemente para avançar os diálogos e eu já adianto que os diálogos compõem grande parte do tempo de jogo.
O combate tem um estilo diferenciado e apesar de ser em turnos, tudo aqui é baseado no velho jogo de pedra, papel e tesoura. As batalhas seguem o modelo de card game com cada personagem tendo cartas que representam os símbolos do jogo, Thunder é proficiente com cartas de papel e Kyla é melhor com pedra, mas independente do personagem escolhido para o confronto, você irá precisar adivinhar o que o oponente pretende jogar para se defender e também infligir dano.
Como nenhum RPG é completo sem itens e powerups, os protagonistas também podem utilizar estes para melhorar sua performance em combate e até temos um bonsai na nave que serve como atividade secundária onde podemos cultivar e colher frutos que irão nos auxiliar no combate. Como toda ação tem uma reação, certas dessas melhorias vem com efeitos colaterais marcantes e podem até acelerar o envelhecimento dos personagens, fato este que é marcado pela mudança progressiva de arte dos personagens após os usos destes.
Os gráficos aqui seguem o estilo retrô, com uma de pixel art baseada em 16-bit e formato 4:3 que traz as laterais da janela preenchidas por diferentes artes a escolha do jogador. No geral tudo está bem feito e temos uma boa atenção aos detalhes que incluem diversos personagens diferentes e modelos caricatos, além de planos de fundo bem construídos, alguns com detalhes que se alteram conforme o progresso da jogatina.
A trilha sonora é empolgante e foi feita por Shinobu Amayake, compositora que trabalhou em outros jogos da Nintendo como Stunt Race FX, NES Open Tournament Golf, Wario’s Woods e Pokémon Ranger: Shadows of Almia. As músicas aqui embalaram os combates e a exploração, além de reforçarem o estilo humorístico de algumas situações, elas chegam com uma abordagem retrô e adicionam uma dose de nostalgia e charme na jogatina.
Como dito mais acima, o jogo é divertido, porém a falta de recursos de qualidade de vida faz o progresso ser cansativo. A aventura não é longa, mas prepare seus dedos pois serão muitos cliques para passar diálogos e realizar ações, nós jogamos a versão de Nintendo Switch e os botões dos controles Joy-Con acabam acelerando um pouco esse cansaço. Definitivamente o jogo carece de opções de rolagem automática de textos, mas pelo menos ele se encontra localizado em PT-BR o que é muito bem vindo e temos dois tipos de fonte para você alternar, sendo uma delas mais legível no modo portátil.
No final, Omega 6: The Triangle Stars não inova, mas traz uma aventura divertida e sólida que deve agradar a todo fã do gênero. O preço cobrado é justo, contudo, a aventura é curta, seu fator replay não é alto e o progresso acaba sendo cansativo, assim eu prefiro recomendar este título para quem se interessar ou para quem procura por algo diferente para jogar.