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Prince of Persia: The Lost Crown Mobile – Encaixa perfeitamente onde sempre deveria estar | Análise

A virada na experiência veio com o uso de controle físico.

Analisado no POCO F4 GT


Prince of Persia: The Lost Crown, título da Ubisoft que marca o retorno da franquia com uma pegada mais moderna em 2.5D, chegou oficialmente aos dispositivos móveis. A proposta é trazer toda a campanha e os elementos da versão original para Android e iOS, mas com adaptações focadas em jogabilidade por toque e recursos específicos para o mobile. A versão que testamos faz parte do acesso antecipado, e esta análise reflete a experiência vivida ao longo desse período.

Jogabilidade e controles

O jogo conta com controles por toque que são personalizáveis e funcionam para a maior parte das ações, mas minha experiência com eles foi limitada. Em situações que exigem mais precisão — como plataformas rápidas, lutas contra chefes ou manobras aéreas com dash duplo —, os controles na tela não me passaram segurança. A sensação era de que eu estava jogando uma versão capada do que o jogo realmente pode oferecer.

A virada na experiência veio com o uso de controle físico. Testei em dois formatos:

  • Controle Bluetooth (DualSense do PS5): compatível, com todos os botões reconhecidos. Porém, jogar com esse controle exige deixar o celular em pé numa mesa ou suporte, o que tira bastante da proposta portátil do mobile. Funciona, mas quebra o ritmo e reduz a imersão.
  • Controle acoplado (Razer Kishi V2): aqui, o jogo ganhou vida. O celular virou praticamente um “console portátil”, como um Steam Deck ou Nintendo Switch. O encaixe direto do Kishi V2 ao aparelho oferece ergonomia, praticidade e liberdade total de posição — inclusive jogando deitado. Foi, de longe, a melhor forma de jogar The Lost Crown no mobile, e é o formato que mais combina com o estilo do jogo.

Portanto, o uso de controle físico é altamente recomendado, e, se possível, em um modelo acoplado ao celular. Isso entrega a experiência mais completa e confortável para esse tipo de jogo.

Acessibilidade e recursos exclusivos do mobile

A versão mobile inclui um bom conjunto de recursos pensados para acessibilidade e adaptação ao toque. São funcionalidades que podem ser ativadas ou desativadas a qualquer momento, permitindo que o jogador personalize sua experiência:

  • Auto-Parry: defende automaticamente ao ficar parado
  • Auto-Hit: ataca automaticamente ao se aproximar de inimigos
  • Auto-Potion: usa poções de cura sozinho ao atingir pouca vida
  • Time Lord: reduz a velocidade geral do jogo (até 75%)
  • Escudo opcional: permite absorver um golpe sem dano
  • Dash aéreo estendido e Wall Grab Hold: facilitam mobilidade

Esses recursos são úteis para quem não tem costume com jogos de ação no celular ou quer uma jogatina mais leve, mas não interferem tanto a ponto de “quebrar” o desafio do jogo.

Desempenho e estabilidade

O desempenho geral no Android foi estável. O jogo rodou a 60 FPS na maior parte do tempo, mesmo em aparelhos intermediários. Em momentos mais intensos, como lutas contra chefes ou áreas com múltiplos efeitos, houve algumas pequenas quedas de frame, mas nada grave. Vale lembrar que se trata de uma build de acesso antecipado, e a Ubisoft indicou que melhorias serão aplicadas até o lançamento oficial.

No iOS, há um bug conhecido na missão secundária “O Arquiteto”, onde o jogo pode travar ao interagir com um puzzle de roda usando o touchpad. Essa falha não afeta o Android e será corrigida na versão final.

Gráficos e estilo visual

A direção de arte foi bem preservada na transição para o mobile. O visual em 2.5D mantém os traços estilizados da versão original, com boa definição e animações suaves. Claro que há perdas naturais na comparação com PCs ou consoles, mas, considerando os limites da plataforma, a adaptação visual é bem feita e funcional.

Quem já jogou a versão de The Lost Crown no PC ou consoles vai perceber diferenças — principalmente na precisão dos controles e na profundidade do combate. No entanto, o conteúdo está todo presente na versão mobile, o que torna a experiência consistente, especialmente com controle físico.

Para quem busca uma experiência portátil e está disposto a usar um controle compatível, o mobile entrega uma versão honesta e funcional do jogo, sem deixar a desejar em conteúdo.

Em conclusão, Prince of Persia: The Lost Crown Mobile é uma adaptação sólida que cumpre o que promete. Não é um “console killer”, nem tenta ser. Mas dentro da proposta de mobilidade, entrega um jogo completo, com recursos que ajudam a suavizar a transição para a tela menor e comandos por toque.

A experiência com a tela, sozinha, pode ser limitada — mas com um controle, especialmente os do tipo acoplado como o Razer Kishi V2, o jogo realmente ganha outra dimensão. Se você está em busca de um bom jogo de ação/plataforma para jogar no celular, esse título pode valer a pena, principalmente pelo preço mais acessível no lançamento.

Recomendado, mas com ressalvas: a forma como você joga muda bastante a experiência.

Confira no vídeo abaixo o começo de Prince of Persia: The Lost Crown Mobile:

Prince of Persia: The Lost Crown Mobile

8

Nota

8.0/10

Positivos

  • Boa adaptação visual e desempenho sólido
  • Conteúdo completo da versão original
  • Recursos de acessibilidade úteis e personalizáveis
  • Ótima experiência com controle físico (especialmente acoplado

Negativos

  • Jogabilidade com touchscreen limitada
  • Requer controle externo para experiência ideal
  • Pequenas quedas de desempenho em momentos intensos

Wanderson Prado

Pai, gamer, apaixonado por tecnologia e conhecimento. Esperando ansioso o dia que teremos um mundo virtual igual OASIS. “O limite da realidade é sua própria imaginação.”
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